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Ensaio- Pastores Nômades Peul, Chade

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Pastores Nômades Peul, Chade

De origens antigas, os pastores nômades Peul, são homens cumpridos, de traços finos e dotados de uma natural elegância. Provenientes da região do alto Nilo, em diferentes fases de migração, difundiram-se através do Sahel ocidental, de Senegal até as orlas do Lago Chade. Após a conversão para o Islã, ao longo dos anos a maioria deles se sedentarizaram nas cidades e se dedicaram a diferentes profissões, enquanto unicamente as minorias dos Peul das Vacas e dos Peul Bororo mantiveram as antigas tradições do nomadismo. O Nome Bororo, inspirado pelo gado, indica “os que vivem na mata”. Eles com orgulho se fazem chamar Wodabé, o “Povo do Tabu”. Diferentemente dos Tuaregh, para os Bororo não existem jerarquias sociais, escravos o sultans, os valores mais preciosos são o gado, a beleza física, considerada um presente divino, e a família. A condição social é determinada pelo possesso das vacas, utilizadas como moeda de troca e só em ocasiões especiais são sacrificadas para alimentar a comunidade. Já nos primeiros anos de vida, cada criança recebe uma panturrilha e logo que tem condições, começa a ajudar a família na cria do gado. Para os adultos, o caminhar em frente do próprio rebanho, é o que dá sentido às suas vidas. Durante o ano, os nômades movem-se junto as vacas dos longos chifres, através das planícies ensolaradas do Sahel, na constante procura de fontes de água e pastagens, numa luta para sobrevivência em uma natureza extrema, espaços infinitos, sol, poeira e ausência. Ao redor dos poços tradicionais as famílias nômades se reúnem, no antigo ritual da extração da água para saciar a sede dos animais, num processo que envolve toda a comunidade, homens, mulheres e crianças. Estes montam vacas e camelos, que arrastam cordas conectadas a baldes de cautchù cheios de água, que os homens derramam em Barreiros de terra onde o gado se abastece. As famílias transcorrem dias e noites ao redor do poço, até todos os animais acumular um estoque de água suficiente para retomar o caminho através do deserto na procura do próxima oásis onde pararam novamente.

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